20 de nov. de 2009

Tiblisi

A Conferencia Intergovernamental sobre Educação Ambiental, realizada em 1977 em Tiblisi é geralmente tida como um marco da Educação Ambiental.
O documento com as recomendações pode ser conseguido facilmente num site de busca. Vale a pena le-las com carinho.
Segue abaixo alguns trechos interessantes para pensarmos um pouco:


"Recomendação Nº 1 - d) o propósito fundamental da educação ambiental é também mostrar, com toda clareza, as interdependências econômicas, políticas e ecológicas do mundo moderno, no qual as decisões e comportamentos dos diversos países podem ter conseqüências de alcance internacional. Neste sentido, a educação ambiental deveria contribuir para o desenvolvimento de um espírito de responsabilidade e de solidariedade entre os países e as regiões, como fundamento de uma nova ordem internacional que garanta a conservação e a melhoria do meio ambiente;"


"Recomendação Nº 2 - Reconhecendo que a educação ambiental deveria contribuir para consolidar a paz, desenvolver a compreensão mútua entre os Estados e constituir um verdadeiro instrumento de solidariedade internacional e de eliminação de todas as formas de discriminação racial, política e econômica."


Sabendo que essa conferencia foi realizada numa cidade da Geórgia, na antiga União Soviética, imaginem se o nosso governo militar da época estaria interessado na aplicação integral das resoluções. A educação ambiental ficou restrita à área das ciências biológicas, sem entrar nas questões culturais, políticas e sociais.
As ações efetivas no campo da educação ambiental só foram implementadas em 1994, quando o Ministério da Educação e Cultura, o Ministério do Meio Ambiente e o Ministério da Ciência e Tecnologia editaram o Programa Nacional de Educação Ambiental (PRONEA), que resultou na edição da Lei 9.975, de 24 de abril de 1999, criando a Política Nacional de Educação Ambiental. De acordo com Dias (2000, p. 92), A partir daí, tem-se os instrumentos necessários para impor um ritmo mais intenso ao desenvolvimento da educação ambiental no Brasil.


Portanto, ainda temos muito o que fazer pela educação ambiental nesse país para tirar mais de 30 anos de atraso.
A educação ambiental abre a mente do educando para uma visão holística da vida e do planeta. Ela busca reverter o processo de fragmentação da realidade, pois estamos todos ligados em uma mesma e maravilhosa teia de vida.


Referência:
DIAS, Genebaldo Freire. Educação Ambiental: princípios e práticas. São Paulo: Gaia, 2000.

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